ÓSocioBio contribui para construção do Plano Nacional de Logística 2050 com foco nas economias da sociobiodiversidade

Nota técnica e relatório apontam desafios e oportunidades para a logística das cadeias produtivas da sociobiodiversidade e para a mobilidade e abastecimento de povos.

O Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) foi uma das organizações da sociedade civil que contribuiu ativamente para a elaboração do relatório da reunião de grupo focal sobre Sociobiodiversidade, realizada no dia 4 de junho de 2025, em Brasília (DF), no contexto do processo de construção do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050).

Para a secretária executiva do ÓSocioBio, Laura Souza, a participação no PNL 2050 reforça nosso compromisso com a valorização das economias da sociobiodiversidade. “É essencial que os planejamentos logísticos do país considerem os modos de vida, a forma de produção e de comercialização dos povos e comunidades tradicionais, que garantem alimentos, biodiversidade e soluções para o futuro”, ressalta. 

A reunião foi promovida pelo Ministério dos Transportes, em articulação com a Controladoria-Geral da União (CGU) e outros órgãos do governo federal, como parte do Compromisso 1 do 6º Plano de Ação em Governo Aberto — iniciativa que busca ampliar a transparência e a participação social nas políticas públicas de infraestrutura.

O relatório, construído a partir das escutas realizadas durante o evento, foi elaborado pela equipe técnica da empresa DeVallor e revisado pelo Instituto Socioambiental (ISA), pelo GT Infraestrutura e Justiça Socioambiental e pelo ÓSocioBio, que também contribuiu com conteúdo e sistematização.

Mariel Nakane, do Instituto Socioambiental (ISA), aponta que sem uma infraestrutura que respeite a diversidade dos territórios e garanta acesso digno e seguro à mobilidade e ao escoamento da produção, a sociobiodiversidade segue invisibilizada. Nossa contribuição ao PNL 2050 busca romper essa lógica e pautar um modelo logístico mais justo e conectado com os povos da floresta, das águas e do cerrado”. 

O evento abordou desafios e soluções para cadeias como a do pirarucu, açaí, castanha e produtos do Cerrado, com ampla participação de representantes de comunidades tradicionais, cooperativas e redes regionais.

As contribuições do ÓSocioBio destacaram a necessidade de políticas públicas estruturantes e infraestrutura logística adaptada aos territórios, como portos comunitários, transporte refrigerado, segurança nos modais fluviais e sistemas de rastreabilidade. Também foram reforçadas as demandas por regularização fundiária, reconhecimento das economias locais e melhoria no acesso a crédito e assistência técnica.

A inserção das vozes dos povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhas e extrativistas no PNL 2050 é um passo importante para construir um país sustentável e plural. 

Leia a nota técnica na íntegra

Relatorio_Sociobio_PNL2050