ÓSocioBio realiza segundo encontro presencial, em Brasília

2º encontro presencial ocorreu nos dias 19 e 20 de março, com o objetivo de planejar para 2024 as principais frentes de atuação da rede, que já conta com 39 organizações. 
Membros do ÓSocioBio discutem políticas públicas, em Brasília. Foto: Méle Dornelas/Acervo ISPN

Com o propósito de fortalecer o engajamento dos participantes, reconhecendo a contribuição de cada entidade, o Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) realizou seu 2º encontro presencial, nos dias 19 e 20 de março, em Brasília. O evento teve o objetivo de planejar para 2024 as principais frentes de atuação da rede – que já conta com 39 organizações.

Para começar, o encontro teve apresentação da retrospectiva de ações e da história do ÓSocioBio, com falas sobre as atividades em 2023, destacando as principais incidências em políticas públicas, resultados e aprendizados – como diálogos para a construção do Plano Nacional de Sociobieconomia e para a regulamentação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, por exemplo.

As organizações WTT Ventures e WRI Brasil, que ingressaram no observatório este ano, foram apresentadas ao grupo. Logo após, com uma abordagem participativa construída com uma consultoria especializada em planejamento para projetos socioambientais, buscou-se elaborar planos de trabalho para atuação conjunta de forma estratégica da rede nas incidências junto ao Governo Federal e ao Congresso Nacional.

Uma breve análise sobre o cenário de políticas públicas relacionadas às economias da sociobiodiversidade também foi apresentada, com representantes do Governo Federal: Silvio Porto, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública com sede em Brasília, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Márcia Muchagata, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e Bruna de Vita, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

“O nosso encontro presencial representou uma oportunidade única para potencializar as ações de incidência política e de comunicação, já realizadas por cada organização, mas agora com a força que a rede pode gerar tanto no âmbito do executivo, quanto do legislativo.. Espera-se que as discussões,  as colaborações e o plano de ação construído resultem em iniciativas concretas e eficazes para enfrentar os desafios ambientais e sociais que enfrentamos atualmente”, destaca a secretária executiva Laura Souza.

“O nosso encontro presencial representou uma oportunidade única para potencializar as ações de incidência política e de comunicação, já realizadas por cada organização, mas agora com a força que a rede pode gerar tanto no âmbito do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo. Espera-se que as discussões,  as colaborações e o plano de ação construído resultem em iniciativas concretas e eficazes para enfrentar os desafios ambientais e sociais que vivemos atualmente”, destaca a secretária executiva Laura Souza.

Representantes do Governo Federal e do ÓSocioBio: Márcia Muchagata, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Jeferson Straatmann, do Instituto Socioambiental; Silvio Porto, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)/Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Bruna de Vita, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e Laura Souza, secretária executiva do ÓSocioBio. Foto: Camila Araujo/Acervo ISPN

Angélica Mendes, do Comitê Chico Mendes, do Acre, que participou pela primeira vez das discussões com a rede do ÓSocioBio, destacou que: “tem sido uma oportunidade muito interessante, tá sendo um aprendizado. O Comitê é uma organização que embora tenha 35 anos, tem três de institucionalização. E agora que começamos os trabalhos com as economias da sociobiodiversidade e queremos saber como o grupo atua a nível nacional e a nível local o que podemos fazer junto às organizações que nós trabalhamos”.

O analista de políticas de clima Ciro Brito, do Instituto Socioambiental – que compõe a coordenação executiva do ÓSocioBio – também falou sobre a importância da conexão entre os membros. “Esse encontro é fundamental para a gente se reencontrar e articular a nossa ação conjunta em defesa das economias da sociobiodiversidade, que contribuem para a proteção dos territórios e para manter a floresta viva. Queremos pensar nossa incidência de forma concatenada em 2024”, avaliou.

Políticas públicas

Na matriz de prioridades para incidência política, a rede destacou a continuidade dos diálogos com o Governo Federal para a construção do Plano Nacional de Sociobioeconomia e da regulamentação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), ambas de responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). E ainda as adequações do acesso de povos e comunidades tradicionais às compras públicas, como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).

Além destes, o ÓSocioBio também atuará junto à outras políticas como: implementação da Reforma Tributária; Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB); Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; incidência no IBGE; e na Iniciativa de Bioeconomia da Trilha de Sherpas do G20.

No âmbito do Congresso Nacional, o ÓSocioBio continuará o monitoramento dos Projetos de Lei: PL 1855/2022 – Política Nacional da Economia da Biodiversidade; PLP 150/2022 – Política Nacional de Bioeconomia; PL 1970/2019 – Política Nacional de Manejo do Pequi; PL 880/2020 – Política Nacional de Promoção da Alimentação e dos Produtos da Sociobiodiversidade de Povos e Comunidades Tradicionais; e PL 1864/2022, que altera a Lei nº 14.119, de 13 de janeiro de 2021, que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

 

Os participantes do encontro foram separados em mesas para diálogos sobre as incidências do observatório. Foto: Dominik Giusti/Acervo ISPN

 

Sobre o ÓSocioBio
O Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) é uma rede que nasceu em meio ao contexto político-eleitoral, em junho de 2022, para demarcar um espaço em defesa das economias dos povos e seus territórios, e se tornar um interlocutor necessário na construção e fortalecimento de políticas públicas orientadas para a sociobiodiversidade, agregando experiências, conhecimentos, habilidades e capacidades de nossos membros, parceiros e colaboradores.

Quem faz parte?

  1. ACT Promoção da Saúde
  2. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
  3. Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado
  4. Cooperativa Central do Cerrado
  5. Centro de Agroecologia e Educação da Mata Atlântica (OCA)
  6. Coletivo Jovem Tapajônico
  7. Coletivo do Pirarucu
  8. Comitê Chico Mendes
  9. Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG)
  10. Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ)
  11. Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS)
  12. Ecologia e ação (ECOA)
  13. Engajamundo
  14. Fundação Pró-Natureza (Funatura)
  15. Greenpeace Brasil
  16. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS)
  17. Instituto Centro de Vida (ICV)
  18. Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus)
  19. Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam)
  20. Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)
  21. Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA)
  22. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
  23. Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
  24. Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)
  25. Instituto IEPÉ
  26. Instituto Juruá
  27. Instituto Linha D’Água
  28. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN)
  29. Instituto Socioambiental (ISA)
  30. Memorial Chico Mendes (MCM)
  31. Núcleo Gestor da Cadeia Produtiva do Pequi e outros frutos do Cerrado
  32. Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA)
  33. Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas (FIAN Brasil)
  34. Rede Cerrado
  35. Rede Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil (Rede PCT)
  36. Slow Food do Brasil
  37. WWF – Brasil
  38. WRI-Brasil
  39. WTT