Neste momento de profunda consternação diante das fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul, o Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) expressa a mais sincera solidariedade às famílias gaúchas, às comunidades desalojadas e a todos os que enfrentam as consequências devastadoras desses eventos climáticos extremos – inclusive as mais de 80 comunidades indígenas diretamente afetadas.
As recentes tempestades, as mais severas em décadas, têm ceifado vidas, desencadeado destruição em mais de 300 municípios, e provocado um deslocamento massivo de milhares de pessoas. O rompimento de uma barragem e o desaparecimento de quase uma centena de indivíduos agravam ainda mais a situação – já desesperadora.
É imperativo reconhecer que a responsabilidade diante dessa calamidade também passa pela negligência na adaptação e no enfrentamento das mudanças climáticas. Tanto o Poder Executivo quanto o Poder Legislativo precisam assumir um compromisso mais enérgico com a preservação ambiental e a mitigação dos efeitos das alterações climáticas. Agrava ainda mais esse cenário a inexistência de um modelo robusto de investimentos para a prevenção desse tipo de desastre, o negacionismo climático e a exploração predatória da natureza.
A postura do Congresso Nacional, marcada por retrocessos em políticas ambientais, é especialmente preocupante. A aprovação de medidas nocivas ao meio ambiente por uma maioria conservadora demonstra uma falta de comprometimento com o futuro sustentável do nosso país. É urgente uma revisão dessas políticas para evitar que tragédias como esta se repitam no futuro.
Ademais, é essencial entender que ações de resposta emergencial, embora necessárias, não são suficientes diante da crescente frequência de eventos climáticos extremos. Estes episódios, cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas, exigem uma abordagem proativa e preventiva por parte das autoridades.
Neste momento de dor e desolação, lamentamos o cenário de tragédia no Rio Grande do Sul e estimamos a promoção de políticas que visem a resiliência de nossas comunidades diante dos desafios impostos pelo clima.
